O mercado de fusões e aquisições (M&A) no Brasil iniciou 2025 com forte movimentação, registrando 99 negócios apenas em janeiro, um crescimento de 16% em relação ao mesmo mês de 2024, segundo levantamento da PwC Brasil. A projeção da consultoria para o ano indica que o volume de transações deve crescer entre 10% e 20%, superando os números de 2023.
O setor de tecnologia lidera as operações, representando 34% dos negócios realizados até o momento. Outros segmentos que se destacam incluem instituições financeiras, consumo e varejo, energia e agronegócio, sendo este último impulsionado por atividades ligadas à transição energética, como a produção de biodiesel de milho.
O cenário global tem favorecido o movimento de M&As, com um rearranjo geopolítico impactando as estratégias das empresas internacionais. Políticas comerciais mais restritivas dos Estados Unidos têm incentivado países como o Japão a diversificar suas cadeias de suprimentos e buscar novos mercados, incluindo a América Latina. Recentemente, o governo japonês anunciou um fundo de US$ 1 bilhão com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para fomentar investimentos na região, o que pode aumentar o interesse em aquisições no Brasil.
Apesar desse cenário favorável, o fluxo de M&As de empresas estrangeiras para o Brasil permanece limitado, representando apenas 20% das transações até agora – um patamar semelhante ao de 2024, quando ocorreram 1.341 operações. Fatores como complexidade tributária, baixo crescimento econômico e taxas de juros elevadas dificultam a realização de grandes negócios por investidores internacionais. Ainda assim, há expectativa de leve recuperação, podendo alcançar entre 23% e 25% da participação no total de M&As neste ano.
Com uma agenda de crescimento baseada na digitalização, finanças e transição energética, as fusões e aquisições devem permanecer como uma ferramenta essencial para a expansão e reestruturação das empresas ao longo de 2025.