MATERIAL PARA COMBATER PANDEMIA DA COVID-19 REPRESENTA 20% DE COMPRAS PÚBLICAS DA UNIÃO ATÉ NOVEMBRO

[:pt]

Marcello Corrêa

19/11/2020 – 23:01

BRASÍLIA — As compras públicas de produtos usados no combate à pandemia, como álcool em gel, máscaras e luvas cirurgias, somaram R$ 4,8 bilhões até o dia 18 de novembro. O valor equivale a 20% de todas as aquisições feitas pela União no ano, que estão em R$ 24 bilhões, segundo balanço do Ministério da Economia.

Na avaliação do governo e de especialistas, o volume de operações foi possível por causa de mudanças na legislação que desburocratizaram os processos, como a dispensa de licitação e autorização para pagamento antecipado, que podem ser incorporadas depois da crise.

Considerando União, estados e municípios, o valor em bens e serviços adquiridos para controlar a Covid-19 chega a R$ 5,8 bilhões, distribuídos em mais de 11 mil processos e quase 7 mil fornecedores. A principal compra é o contrato de R$ 1,3 bilhão para viabilizar a parceria entre a Fiocruz e a AstraZeneca para desenvolvimento de uma vacina contra a doença.

Com exceção dos serviços relacionados à pesquisa dos imunizantes, entre os itens mais comprados estão contratos que incluem a compra de 5,9 milhões de máscaras cirúrgicas ao custo de R$ 13,9 milhões. Outra aquisição em destaque é uma compra de 3,5 milhões de aventais por R$ 19,6 milhões.

Segundo o secretário de Gestão do Ministério da Economia, Cristiano Heckert, os processos foram facilitados por medidas como o aumento do teto para contratações com dispensa de licitação para R$ 100 mil. Antes, esse limite era de R$ 8 mil ou R$ 15 mil, dependendo do tipo de serviço. A possibilidade de antecipação de pagamento também é avaliada como importante.

Foi importante a gente ampliar esse leque de ferramentas. Acho que os números mostram que elas foram usadas de forma bastante disseminada, considerando a quantidade de processos de compras e quantidade de fornecedores. Houve uma pulverização de como os recursos foram aplicados — afirma Heckert.

O secretário afirma que a experiência em 2020 vai ser importante após a pandemia e para as próximas etapas do combate à doença, como compras de insumos relacionados às campanhas de vacinação.

— Dada a escala que esse movimento vai ter que ter. São seringas, agulhas, de quantos milhões e milhões nós estamos falando? E vão precisar ser comprados de uma forma muito ágil. Com certeza esse arcabouço ajuda, lembrando que ele está em vigor até 31 de dezembro deste ano e a gente pode eventualmente prorrogar, dependendo de como estiver a situação na virada do ano — afirma.

Para especialistas, a flexibilização dos processos de compra deve ser um legado pós-pandemia.

— O que fica de legado é que talvez a gente consiga desburocratizar o processo como um todo. O que pode vir por trás disso é a possibilidade de a gente repensar o modelo de compras públicas — afirma Fabio Izidoro, sócio da área de infraestrutura do Miguel Neto Advogados.

Lucas Sant’Anna, sócio da área de Direito Público do Machado Meyer Advogados, alerta que a dispensa de licitação não significa abrir mão de processos de controle e reforça que é preciso manter a transparência dos processos.

— Quando abre-se a oportunidade para comprar sem licitação, o agente público tem que certificar de que está pagando o preço de mercado e que fez o esforço para comprar o melhor possível. Os órgãos de controle ainda vão olhar para isso. É preciso respeitar a razoabilidade. Não é porque é sem licitação que vira a Disneylândia — explica Sant’Anna.

Deise Oliveira, advogada do L.O Baptista Advogados especialista na área de arbitragem e direito público, observa ainda que a Lei de Acesso à Informação obriga que os processos sejam transparentes.

— Toda essa parte de exposição de motivos e registro da documentação por meio de um processo administrativo é essencial e hoje já temos isso a partir das hipóteses de dispensa de licitação desde a edição da lei geral. E há também a Lei de Acesso à Informação, em que a administração pública tem que disponibilizar essas informações a todos os interessados — pontua.

[:]

Compartilhe

Prezados Clientes

O Miguel Neto Advogados informa que não utiliza meios eletrônicos não oficiais para solicitação de pagamento de guias judiciais ou de qualquer outra natureza. Para garantir a segurança de suas transações, ressaltamos que todas as solicitações são realizadas por canais oficiais de comunicação, através do nosso corpo jurídico ou administrativo.

Caso receba qualquer comunicação suspeita ou não usual em nosso nome, pedimos que entre em contato conosco imediatamente para verificar sua autenticidade. Nosso canal oficial para questões financeiras é o e-mail financeiro@miguelneto.com.br e o telefone 
+55 (11) 5502-1200

Desde já agradecemos sua compreensão.

Atenciosamente,
Miguel Neto Advogados

Qualquer questão ficamos à disposição!