A agência de classificação de risco Fitch rebaixou, na última sexta-feira (23), o rating soberano do Brasil para “BB-“. A perspectiva passou de negativa para estável. A revisão afasta ainda mais o País do selo de “bom pagador” e pode afetar os investimentos gerais.
No mês passado, a Standard&Poor’s (S&P) já havia revisto o rating brasileiro para três níveis abaixo do grau de investimento com perspectiva estável.
Conforme a Fitch, o rebaixamento foi por causa da crise fiscal do governo, com déficits persistentes, além da dívida pública crescente e o que chamou de “importante retrocesso” na agenda de reformas após o governo do presidente Michel Temer ter desistido de votar a da Previdência.
Por meio de nota, o Ministério da Fazenda afirmou que “segue comprometido em progredir com a agenda de reformas macro e microeconômicas destinadas a garantir o equilíbrio das contas públicas, crescimento econômico sustentável e contínua melhoria do ambiente de negócios”.
Mas, para o professor Reginaldo Gonçalves, coordenador do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM), a decisão é muito preocupante . “Este baque é um resultado direto da não realização da reforma da previdência, que poderá mitigar recuperação da economia”, disse. “Não há como solucionar o rombo fiscal do setor público sem equacionar a questão da previdência, e as agências internacionais de risco, que acompanham detalhadamente a conjuntura das economias, sabem disso.”
Ainda na avaliação de Bruno Guarnieri, sócio do Miguel Neto Advogados, para o mercado de fusões e aquisições (M&A), essa não é uma excelente notícia, pois a nota rebaixada além de ter efeito sobre a credibilidade do País perante investidores estrangeiros, também reflete a preocupação com o retorno dos investimentos em operações de M&A.